O Menino Feito de Blocos

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Uma vez li em algum lugar que leitores são geralmente mais empáticos, pois em meio às histórias eles aprendem a sentir o que as personagens sentem, a tentar entender o universo delas, e “o menino feito de blocos” fez com que eu tivesse certeza sobre isso.

Logo que recebi esse livro fiquei muito curiosa pelo fato de se tratar de autismo, afinal, sempre foi um assunto que me despertou certa curiosidade. A história é sobre Alex que é pai de Sam, um garotinho autista. Alex não entende muito bem o mundo de Sam, o que desgasta seu casamento, até que ele se vê fora de casa, morando com seu melhor amigo e sem emprego. Tudo muda quando ele resolve começar a se aproximar de seu filho e com a ajuda do jogo Minicraft isso começa a se tornar possível.

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“A vida é construída sobre as pequenas coisas”

Eu nunca tive nenhum contato com crianças ou pessoas autistas, por isso me vi em um mundo totalmente novo durante a leitura. Imagino que foi dessa forma que Alex tenha se sentido ao descobrir o porquê de seu filho não ser como as outras crianças, ele foi jogado em um mundo que não conhecia, o que provavelmente foi assustador. No entanto, para Sam deve ser mais assustador ainda, tente imaginar viver em um mundo onde suas emoções são mais afloradas, tudo é mais intenso, e qualquer coisa que saia do seu controle te deixe desesperado? Nós podemos tentar imaginar isso, mas viver na pele com certeza é dez vezes pior.

Ao ler o livro, ver a perspectiva do Alex e o comportamento de Sam, fez com que eu vivesse diversas emoções como desespero e alegria. O livro todo houve grande oscilação em meus sentimentos, pois a cada página, a cada dia passado, nunca se sabia como Sam agiria, se haveriam progressos ou retrocessos. E Alex disse isso várias vezes, pois se algo inesperado ocorresse no dia a dia de Sam, a reação dele não poderia ser prevista, o que o deixava tenso de passar até mesmo algumas horas com o filho.

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O mundo para Sam já era difícil, no entanto alguns fatos fazem com que isso o torne ainda pior, como  o fato de sofrer bullying na escola. Apesar da inocência em crianças, estas podem ser cruéis também e Sam por ser tão fechado em seu mundo sofria com isso, agravando o fato dele não gostar da escola e socializar com outras pessoas.

Através da história percebi que autistas são pessoas como nós, no entanto, com uma sensibilidade e inteligência extrema. Isso é facilmente notável quando Sam começa a jogar Minicraft, ele cria monumentos e ao passar do tempo vai ficando cada vez melhor. No jogo ele pode criar o próprio mundo, tem o controle das peças, o que o torna mais forte e confiante para viver no mundo real. Alex muitas vezes compara o mundo real com o jogo para ajudar Sam em certas situações, e em uma dessas, ele disse uma frase que me marcou muito:

“A vida é uma aventura, não um passeio. É por isso que é difícil.”

Apesar de falar muito de Alex e Sam que foram duas personagens que amei, a história contém outras importantes como Jody (mãe de Sam) e Dan (melhor amigo de Alex). As personagens são muito bem construídas, assim como o enredo e a leitura fluiu facilmente, apesar de não ter sido rápida, pois saboreei cada página e esse universo novo.

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O livro é todo inspirado na experiência de vida do autor com seu filho, o que o torna ainda mais interessante.  Eu recomendo demais, principalmente para aqueles que assim como eu, nunca tiveram contato com pessoas autistas.

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Beijos

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2 comentários sobre “O Menino Feito de Blocos

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